segunda-feira, 21 de junho de 2010

Existe um lugar de discórdia entre nós dois: trata-se do umbigo. Sei, você já me explicou que sente cócegas. E há muitos lugares esconsos onde o prurido do riso parece se esconder. Nos braços, por exemplo, na junção entre o rádio e a ulna, se eu toco você rir. No pescoço, quando eu deslizo levemente a ponta dos dedos, sinto a convulsão nervosa do teu arrepio. Nas costas. Nas pernas. Mas nada como o umbigo. A mão cauta se aproxima e é como se uma invectiva se contrapusesse, com ardis de fúria, falsa calma, impaciência. Perdoa o meu ar soberbo de carrasco, mas continuarei a “ferir” teu corpo com a rebeldia de meus dedos.

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