quarta-feira, 30 de junho de 2010

Amor

As pedras permaneciam. Contra todas as intempéries. Contra o tempo. Contra tudo elas ainda eram. É muito duro ser o que se é, mesmo para uma pedra. No jardim a décima geração de flores morria. A pátina cobria os metais. Tudo tinha cor de despedida, mas as pedras permaneciam.


“Você ainda me ama”, perguntou a pedra-pomes, com ar esponjoso. A pedra de ônix respondeu aquiescendo.


“Todas as pedras são iguais”, pensou o narrador.

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