quinta-feira, 3 de dezembro de 2009


Tive sonhos horríveis esta noite. Bolei na cama, fiz piruetas, li, reli e cochilei sobressaltado. Tomei o café da manhã a contragosto, como quem espera um amor que não vem. Peguei a toalha, fui ao banheiro. Despi-me. Fiquei longo tempo olhando ao espelho, como se do outro lado alguém me observasse. Não obtive resposta. Revirei cada canto do banheiro: olhava sem ver e ria sem rir. É constrangedor amanhecer o dia assim. E você não estava lá. Tomei banho. Vesti-me. Desabotoei um sorriso, desses que parecem ser de verdade, peguei três exemplares e os entreguei a minha mãe, meu irmão e sobrinho. O estoque acabou. E você não estava lá. Vim ao trabalho. Os carros, as pessoas, os lugares pareciam manchas de um borrão: indistintas, sem forma, transfiguradas. Alguém me disse “Bom dia!”, mas não vi quem era. Depois de tudo isso, das chatices desse dia frio, eu só queria um quarto, uma cama, com você lá...
Ele.

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